domingo, 21 de abril de 2013

Minha amiga onça

Estava lendo como o de costume a revista "Terra da gente" e fui direto para um assunto que de cara me interessou (página 28). Um casal se dedica a salvar as onças pintadas!
A inspiração vem de pesquisadores,documentaristas e amantes da natureza que se embrenharam pelas savanas mais remotas da África em busca de conhecimento e preservação de inúmeras espécies.Um exemplo muito conhecido é do indiano George Adamson (1906-1989). Também conhecido como Lion Man, e foi um dos ícones do pensamento ambiental e é ainda mais conhecido pelos livros que escreveu ao lado de sua mulher, Joy. O mais popular deles, é claro que é o da linda história de uma leoa órfã, inspiração até de um filme, chamado "Born Free (A HISTÓRIA DE ELZA).Algumas décadas depois, no interior do Brasil Central, nas fraldas do Parque Nacional das Emas, a história se repete com o casal de doutores em biologia animal Leandro Silveira e Anah de Almeida Jácomo, destaques recentes no exterior como protagonistas de uma história que envolve três filhotes órfãos de onça-pintada e as dificuldades para a reabilitação e reintrodução na vida selvagem.
 Tudo começou no ano de 1988 quando Leandro e Anah iniciaram uma série de pesquisas pioneiras com a comunidade de mamíferos carnívoros que habitam o Parque das Emas,em Goiás, reserva federal que abriga 18 das 26 espécies de mamíferos carnívoros do Brasil, muitas delas características do Cerrado, como o tatu-canastra. A onça-pintada nem constava da lista oficial de espécies no parque. "Logo descobrimos que essa era a última população de pintadas dos campos do Brasil Central. O fato de o parque estar localizado em terras de agricultura fez com que o entorno da reserva fosse rapidamente convertido em lavouras,
isolando,assim, esta população." Explica Anah.

A onça-pintada ocupa diferentes ecossistemas e exerce importantes funções ecológicas para a manutenção do equilíbrio nos ambientes onde vive, porém ela está perdendo esse espaço para a expansão da agropecuária. No Brasil, está desde 2003 na lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção.
Diante desse realidade, o casal decidiu se dedicar ao estudo do maior felino das Américas. Paralelamente à pesquisa científica, Leandro aprimorou a técnica fotográfica, fazendo registros inéditos em filmes, gravando cenas que seriam praticamente impossíveis de serem capturadas em poucos dias de filmagem. Anah passou também a produzir livros e a fazer documentários.
Com a parceria fortalecida,os estudos foram sendo ampliados. Não demorou e logo foi confirmado a presença de uma população de aproximadamente 12 onças circulando pela área do parque.Mas os índices sobre a vulnerabilidade dessa população começaram a ficar alarmantes, indicando que era necessário priorizar ao máximo o entendimento do seu comportamento,hábitos,presas,áreas e épocas de reprodução,etc. Com isso, vieram as parcerias com diversos institutos de pesquisadores do Brasil e do exterior.
Com a ajuda e a ampliação dos dados de pesquisa, surgiu em 2002 o instituto Onça-Pintada (IOP), organização não governamental.
Nesse trabalho minucioso, Leandro e Anah também dedicaram parte de suas jornadas para treinar novos colaboradores.
A sede do instituto, onde também para filhotes de onça pintada.fica contíguo ao território do Parque Nacional das Emas, considerado patrimônio nacional pela Unesco.
No final do ano passado, um documentário especial sobre a natureza, da britânica BBC, mostrou a história de três onças-pintadas órfãs resgatadas às margens do rio Araguaia. Outra vez, Leandro, Anah, o filho Tiago, de 7 anos, e os três filhotes foram destaque em milhões de aparelhos de tevê mundo a fora, levando a história da onça-pintada para além-mar e ajudando a quebrar tabus sobre o maior e mais incrível felino do continente americano.




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