Reportagem publicada em 15 de março de 2013
Durante audiência pública contra a Política de Combate à Leishmaniose, nesta quarta-feira (13) na Justiça Federal no Parque dos Poderes, em Campo Grande, o médico veterinário doutor em Parasitologia e professor de doenças Infectocontagiosas, Vitor Márcio Ribeiro, de Minas Gerais, afirmou que cão tratado não transmite a doença.
Durante audiência pública contra a Política de Combate à Leishmaniose, nesta quarta-feira (13) na Justiça Federal no Parque dos Poderes, em Campo Grande, o médico veterinário doutor em Parasitologia e professor de doenças Infectocontagiosas, Vitor Márcio Ribeiro, de Minas Gerais, afirmou que cão tratado não transmite a doença.
A audiência ocorre por causa de uma ação civil
pública proposta pela ONG Abrigo dos Bichos contra a Prefeitura de Campo Grande
e a Secretária Municipal de Saúde. Eles querem impedir que o poder público
continue praticando a eutanásia de cães como única política de controle da
doença e que adote medidas mais éticas e rígidas nas abordagens da população
nas casas.
Para Vitor, a saúde humana é mais importante. No
entanto, a saúde animal deve ser tratada com respeito. “As autoridades de saúde
pública têm focado o programa de controle na eliminação de cães soropositivos
ou doentes, porém nós temos tratamentos que neutralizam a capacidade do cão
transmitir a doença. A eutanásia não reduz a doença”, afirma.
Compartilha da mesma opinião a presidente da ONG
Abrigo dos Bichos, Maíra Kaviski Peixoto. Segundo a veterinária, os métodos de
diagnósticos e o controle da doença são falhos na maioria das vezes. “Milhares
de cães são mortos por ano e a doença está ai”, disse.
O abrigo dos bichos questiona o sacrifício de cães
e alega que os exames aplicados no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) são
testes não conclusivos, que levam ao sacrifício animais sadios e que, conformepesquisas científicas, não há comprovação
de que o cão esteja relacionado à transmissão da doença para o ser humano.
Como prova de que há falhas no exame, o acadêmico
Humberto Motoyoshi, de 36 anos, levou a cachorrinha Glória, que foi diagnóstica
com a doença em janeiro deste ano. “Levei ela e os meus dois gatos para vacinar
contra raiva no CCZ e eles aproveitaram para fazer o exame da Leishmaniose”.
Depois de sete dias, Humberto recebeu uma ligação
do órgão dizendo que a cachorrinha estava com a doença. Com resultado positivo
em mãos, ele procurou uma clinica particular para fazer a contraprova, pagou R$
50 por um novo exame, que deu negativo. “Se desse positivo eu iria apelar pelo
tratamento”, afirma.
A informação contestada pela responsável técnica do
CCZ, Juliana Rezende Araújo. “Nós estamos de acordo com as normas do Ministério
da Saúde. Só fazemos a eutanásia depois de dois exames com o resultado
positivo,” destaca.
Audiência – Integrantes e simpatizantes dos movimentos de proteção animais levaram os cachorros para frente da sede da Justiça Federal. Presente em todos os eventos da ONG, o cachorro Scooby estava lá também.
Audiência – Integrantes e simpatizantes dos movimentos de proteção animais levaram os cachorros para frente da sede da Justiça Federal. Presente em todos os eventos da ONG, o cachorro Scooby estava lá também.
Scooby ganhou notoriedade depois de ser arrastado
pelo dono do bairro Aero Rancho até o CCZ. O animal tem leishmaniose e foi pivô
da polêmica envolvendo o tratamento à doença.
A audiência pública foi coordenada pelo juiz
federal Clorisvaldo Rodrigues dos Santos, que teve a presença de representantes
da ONG, Prefeitura, advogados, vários especialistas e profissionais na área e
acadêmicos de Medicina Veterinária.
“Tanto aqui como em qualquer lugar do Brasil não há
um compromisso de tratar a vida dos animais”, disse o membro da ONG Suipa
(Sociedade União Internacional Protetora dos Animais), do Rio de Janeiro, Paulo
Pereira Rodrigues.
“Viemos de longe para defendermos a causa”,
finaliza Paulo com um grupo de integrantes da ONG.
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